Orientações Sexuais

Diferentes Visões/Explicações para o seu aparecimento

    A orientação sexual é o modo como as pessoas se sentem atracção física e/ou emocional por pessoas do mesmo sexo, do sexo oposto, ou por ambos os sexos. Mas, independentemente da orientação sexual de cada um, existe na maioria das pessoas o mesmo desejo de intimidade, a mesma capacidade de dar e receber afecto e a mesma capacidade de amar. Existem várias teorias/explicações que procuram explicar o aparecimento/formação das orientações sexuais de cada indivíduo, demasiadas para referir todas, pelo que iremos abordar as que consideramos mais importantes.
    A primeira teoria a abordar defende que a orientação sexual de cada um é uma decisão tomada pelo indivíduo durante a puberdade e que pode sempre ser alterada a qualquer momento da vida do indivíduo, através de, por exemplo, aconselhamento psicológico, religioso, etc. Esta atitude é adoptada maioritariamente por religiosos extremistas e é uma das principais razões para que muitos homossexuais se sintam
mal consigo próprios (ao pensarem que podem escolher ser heterossexuais em vez do que realmente são, homossexuais, tendem a ignorar os seus desejos e a viver uma vida sexual insatisfatória e frustrante).
    A segunda teoria defende que a orientação sexual de cada indivíduo é determinada pela sua informação genética, pelos seus genes, isto é, a orientação sexual do indivíduo é uma característica genética. Desta forma a orientação aparece como uma característica natural, pré-determinada, à qual o indivíduo não pode “escapar”. Esta explicação foi aceite durante bastante tempo, no entanto, com o passar do tempo e o desenvolvimento científico aparece uma outra teoria, a teoria da orientação sexual como uma característica congénita.
Segundo a teoria da orientação sexual como uma característica congénita, o indivíduo nasce com algumas características pré-concebidas (genéticas) que, até certo ponto, irão influenciar a orientação do indivíduo, mas que esta é altamente influenciada pelas experiencias pessoais e as características do meio em que o individuo se insere.
Actualmente é a teoria que tende a ter maior aceitação.

Sendo que a orientação é a forma como nos sentimos atraídos pelos outros, consoante o tipo de indivíduos e da forma como nos sentimos atraídos por estes podemos definir diferentes tipos de orientações.

Desta forma, actualmente considera-se a existência de cinco principais orientações sexuais: a Heterossexualidade, a Homossexualidade, a Bissexualidade, a Assexualidade, e a Pansexualidade

Diferentes Orientações Sexuais:

    A Heterossexualidade é apontada a dois indivíduos de sexos opostos que sentem atracção sexual e/ou romântica descrevendo relações sexuais e/ou intimas entre eles, sendo esta considerada a mais comum nos seres humanos.
Ao longo da história e na maioria das civilizações a Heterossexualidade era identificada como a “normal” ou “natural” apresentando-se como a única socialmente aceitável ao longo de gerações. É motivada por costumes familiares, sociais e religiosos, decorrendo directamente da função biológica relacionada com o instinto sexual reprodutor sendo o resto “anormal” ou “anti-natural”. Contudo com o tempo verificou-se uma mudança na forma como o assunto é abordado pela opinião pública, comunidade científica e poder político, reforçando que hoje em dia a diferença esta entre a “maioria” (heterossexuais) e a “naturalidade” (qualquer orientação sexual).

    A Homossexualidade (gays e lésbicas) é atracção e a preferência sexual, física e emocional por indivíduos do mesmo sexo, e é considerada como uma orientação normal, definida na infância.
Hoje sabe-se que cerca de 14% da população é homossexual, e que a principal razão para as dificuldades na obtenção de valores credíveis é o facto de metade dos homossexuais continuarem a
esconder a sua orientação por motivos diversos.

    A Bissexualidadeconsiste na atracção física, emocional e espiritual por indivíduos do mesmo sexo, como do sexo oposto (ambos os sexos), com níveis variantes de interesse por cada um. É de salientar o número de indivíduos que apresentam comportamentos e interesse bissexual é muito maior do que aquilo que se suporia à primeira impressão, sendo cada vez maior o número.

    A Assexualidade é a orientação sexual em que os indivíduos sentem indiferencia relativamente à prática sexual, não tendo atracção sexual, nem por indivíduos do mesmo sexo, nem do sexo aposto. Alguns assexuais experimentam sentimentos sexuais mas não têm desejo de fazer o acto, enquanto outros procuram liberação sexual, seja via masturbação ou por contacto sexual, ou ambos, mas existem pessoas que acham que a Assexualidade não deveria se considerada uma orientação sexual, mas sim uma disfunção sexual.

    A Pansexualidade é vista como a atracção que um indivíduo sente por todos os sexos, géneros, espécies, incluindo também aqueles que não se encaixam na binária de género macho/fêmea, porque
eles têm a capacidade de amar de forma romântica o que lhes atrai. Alguns autores comentam que os pansexuais podem mesmo sentir atracção por animais e chegar a fazer sexo com eles.

As investigações de Alfred Kinsey

    Alfred Kinsey, considerado por muitos autores como o pai da sexologia, foi um entomólogo* e zoólogo norte-americano que, após o seu estudo de entomologia em vespas pode concluir que nenhuma era exactamente como a outra e que os seus comportamentos de acasalamento eram extremamente variados, apercebendo-se que tal era comum entre a maioria dos animais, considerando que, apesar dos
poucos estudos acerca do tema, tal se verificaria também com os humanos. Como tal procurou investigar este tema mais aprofundadamente, conseguindo, em 1953, financiamento para as suas pesquisas sobre a sexualidade humana, publicando variados artigos e obras, muitos deles controversos. De entre as muitas conclusões tiradas por Kinsey nas suas investigações salientamos a sua escala classificação da sexualidade humana, a qual pode ser esquematizada segundo o modelo apresentado abaixo:

-Exclusivamente heterossexual
-Predominantemente heterossexual, apenas eventualmente homossexual
-Predominantemente heterossexual, embora homossexual com frequência
-Igualmente heterossexual e homossexual (bissexual)
-Predominantemente homossexual, embora heterossexual com frequência
-Predominantemente homossexual, apenas eventualmente heterossexual
-Exclusivamente homossexual

    A partir desta escala é possível concluir que a orientação sexual dos indivíduos oscila entre dois campos opostos, a heterossexualidade e a homossexualidade, sendo que entre estas se encontra a bissexualidade. Desta forma podemos concluir que, para Kinsey a orientação sexual não era algo completamente rígido, existindo patamares intermédios entre as três sexualidades abrangidas pela sua escala.

Conclusão:
    Como foi possível verificar existem variadas orientações sexuais consoante as preferências sexuais dos indivíduos. Estas preferências, sejam elas uma escolha, uma característica genética ou mesmo congénita, não são, de forma alguma, motivos para discriminarmos, excluirmos ou mesmo trocarmos dos outros.Devemos aceitar as suas diferenças, neste caso nas preferências sexuais, uma vez que independentemente do nosso sexo e do sexo do nosso parceiro todos temos direito à felicidade!